Inteligência Artificial está na moda?
Escrito por Jussara Camata e Letícia Becker
Inteligência artificial (IA) o real e o virtual se fundem e trazem uma nova perspectiva. Mesmo levantando muitas questões, não há dúvidas de que ela veio para ficar. Até nos habituarmos com essa nova forma de interação, muitos se sentirão em um filme futurista.
Quem escreveu esse texto que você está lendo agora? Muito provavelmente foi um sistema de inteligência artificial (IA), a Alexa perguntou para o ChatGPT e a inteligência humana consolidou os dados? Vamos por partes, a internet existe há algum tempo, então imagina os milhões, bilhões de dados que estão disponíveis na nuvem, no espaço, no virtual, que são das grandes corporações do mercado de tecnologia do planeta.
Através da computação, esses sistemas de inteligência artificial tem a capacidade de analisar, criar e reproduzir textos e imagens, de acordo com o direcionamento de um humano ou de outra máquina, essa ampla gama de técnicas inclui o aprendizado de máquina, processamento de linguagem natural, visão computacional e redes neurais, que são os famosos algoritmos.
Bem-vindo!! A nova era de possibilidades, impulsionando os promissores desenvolvimentos em setores como medicina, transporte, finanças, varejo e muito mais. A inteligência artificial tem sido um dos campos mais empolgantes e revolucionários da ciência nas últimas décadas. Na moda não poderia ser diferente.
Recentemente a capa da Vogue especial digital foi desenvolvida por criativos fotógrafos, artistas multimídia, estilistas, com a criação de imagens através da IA Midjourney, que mudam os elementos do design através de dados, imagens e texto, criando pessoas virtuais que nunca existiram. O intuito era trazer para a discussão a criatividade, a inteligência artificial e a indústria da moda. Para o fotógrafo Zee Nunes “É uma forma de expressão e não uma substituição para a fotografia ou pintura.”
O impacto da inteligência artificial na produção de imagens, publicidade, mídias sociais e cenários virtuais de roupas e acessórios facilita a vida dos designers, entrega eficiência e agilidade de imagens que são altamente realistas, sem movimentar nada físico, economizando os recursos naturais e a quantidade de matéria prima no que é produzido, embalado, transportado, vendido, usado e descartado, mas em contrapartida surgem as preocupações e os desafios na ética, privacidade e segurança, propriedade intelectual e deslocamento de emprego.
Com essa transformação digital, o mercado da moda passa por uma profunda mudança e sem dúvida está aberto ao mundo que nunca imaginamos, é crucial promover uma abordagem ética e responsável para garantir que a IA seja uma força positiva para a humanidade.
Mesmo sem saber exatamente o que é real o que é virtual, quem não ficou com vontade de abraçar o Papa Francisco no seu puffer branco Moncler?
A capacidade atual, de criar e desenvolver ideias no digital, triplica numa velocidade espantosa e nos propõem um novo jeito de explorar o que até agora parecia intangível. Da perspectiva da moda essa capacidade crescente agrega em inúmeros sentidos, da diminuição no custo do feitio às possibilidades de prova para compra online, escolho aqui o recorte da comunicação para ampliarmos sobre o impacto de imagens artificiais no estímulo de marca.
Se você, como eu, é da turma que ficou sensibilizada com a beleza da propaganda da Volkswagen - que para comunicar os 70 anos da marca homenageou o valor do tempo com Elis Regina cantando (programada via IA) ao lado de sua filha Maria Rita - também se surpreendeu com a Representação Ética do CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) contra essa campanha em razão da cantora, morta em janeiro de 1982, ter sido trazida “de volta à vida” por meio de “ferramenta tecnológica e Inteligência Artificial (IA)”. Esse tipo de ação acontece a partir de “denúncias de consumidores”. Aparentemente, boa parte das pessoas que foram tocadas pela propaganda, foram de forma negativa. Será medo? Pois é notória a homenagem, o cuidado com o conteúdo, o cultivo do legado de Elis Regina.
Recordo de visitar uma SP-Arte, cerca de três anos atrás, e me inspirar na perspectiva de um guia que nos conduzia pela galeria destinada às NFTs (artes digitais); ele dizia: “estamos tratando de realidade aumentada, é uma realidade, só que aumentada." Essa forma de ver o digital mudou minha percepção pois isso é um fato, as imagens podem ser artificiais mas, da perspectiva do estímulo, não as podemos considerar irreais. Servem ao ponto de sua comunicação e destaque, trazem o tom desse novo tempo que já acontece agora.
Até porque, a maior parte dos estímulos de marca acontecem na tela de nosso celular, e independentemente do fato de acreditarmos serem de verdade as bolsas Le Bambino da Jacquemus rodando Paris ou se os tênis da Addidas realmente circularam nos Arcos da Lapa, essas propagandas nos tocaram e nos estimularam.
A comunicação tem assim um novo paradigma, que não serve para todas as marcas mas aquelas que compartilham dessa narrativa virtual e tecnológica. Ampliando a forma como produzimos e vivemos sensações e experiências; assim como experimentamos o impacto da fotografia, esse é só o começo de uma nova era visual. Me conta aqui como você vê o impacto da IA?
Alguns livros e outros insights:
Ler: No livro 21 lições para o século 21, Yuval Noah Harari, fala sobre as mudanças recentes e traz sua perspectiva de como seremos capazes de entender esse “novo mundo”.
Assistir: No filme, Rede Social, é abordado tema como a nova realidade da comunicação e troca de informações do mundo contemporâneo.
Assistir: A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas é um filme que traz a dicotomia entre o ser humano e um mundo cada vez mais dominado pela tecnologia.
Ouvir:No poadcast Mamilos, A inteligência artificial vai me substituir? Traz pesquisadores no tema que abordam essa relação entre os homens e a tecnologia.clique aqui
Ouvir: No poadcast Reset, #021 Lições Para A Moda No Século 21 fala como o experiência humana é intermediada pela tecnologia.clique aqui
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